Eu sei
E que enquanto a dor não passar, tenho me afastar. Que isso não se trata de uma questão de orgulho próprio, mas de sobrevivência.
Sei que é preciso perdoar. O perdão apaga a raiva e a tristeza por ter sido
abandonado e deixa o coração mais leve.
Que devo "sepultar os mortos, cuidar dos vivos e fechar os portos". Não me deixar levar pelo desespero.
Eu sei que a dor passa, aos poucos, mas passa.
Que é preciso aceitar a realidade do fim, que ele existe e independe da minha
vontade.
Mas o que fazer enquanto a dor não passa? Só ficar afastado não é suficiente.
Como aceitar o fim? O fim não é realidade, é desespero!
Como perdoá-la se nem consigo me perdoar?
Como enterrar o passado se não paro de pensar que é tudo culpa minha?
Como cuidar de mim se nem me sinto vivo?
O que fazer se me sinto perdido, sem rumo e sem direção? "um barco sem porto, sem rumo e sem vela".
Considerações a respeito da A Perda do Parceiro Amado, do livro Saber Amar,
do psicanalista Luiz Alberto Py
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